TROVA DE EDUCAÇÃO FORMATIVA
No concurso de trovas de Taubaté – SP, em 1.986, o tema era “Bonança”. Minha mãe participou do referido concurso, foi classificada e sua trova recebeu a honrosa distinção como a melhor trova de educação formativa.
Ela não participaria das festividades de entrega de troféus pois havia rumores de que os aeroviários começariam uma greve e ela, temendo não poder voltar, desistiu de ir.
Ponta Grossa realizava anualmente uma importante festa denominada “Mulher Destaque”. Naquele ano ela seria uma das personalidades homenageadas. Durante a festa que se realizou no Clube Ponta-grossense, esse fato se espalhou entre os convidados e chegou até o prefeito da cidade, Sr. Otto Cunha que estava presente. Ele falou conosco enfatizando que não gostaria que ela ficasse alijada da participação no evento por motivo de transporte. Ofereceu o carro oficial da Prefeitura, com motorista, o Sr Chiquinho. O prefeito, sabedor de tudo o que ela representava na cultura da cidade, fez questão de que ela aceitasse a oferta. Chiquinho nos deixou em casa, preparamos uma valise e, quando amanhecia um novo dia, saímos em direção à Taubaté.
Cada trovador classificado era chamado ao palco para receber seu troféu e recitava sua trova. Quando minha mãe foi chamada ao palco soaram notas de piano e os versos dela que compunham a trova foram cantados ao som daquele mavioso instrumento. Sua trova havia sido musicada por Maria de Lourdes Quintanilha, compositora, pianista e intelectual da cidade. Todos foram tomados de surpresa e emoção e cantaram a uma só voz:
Para que a paz e a bonança
reinem firmes sobre a Terra,
não ponha em mãos de criança
brinquedos que lembrem guerra.
Texto de Sueli Fernandes
A partitura da Trova Formativa está disponível no livro Porque os ipês são amarelos, lançado recentemente, organizado por Sueli Fernandes, filha de Amália Max.